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quarta-feira, 9 de março de 2011


Onde se aportam reminiscência dos tempos:
Porto Nacional – Tocantins


Ontem, dia 28 de fevereiro, fiz minha primeira visita a Porto Nacional, cidade do século XIX e que arriscaria dizer, já foi muito importante para a região do atual Estado do Tocantins e antigo Norte goiano. A segunda cidade do Estado do Tocantins a ter parte de suas edificações tombadas, Porto, como comumente se referem a ela, surgiu a margem direita do Rio Tocantins, em um ponto de travessia, que pretendia ligar os Arraiais do Carmo e Pontal, duas importantes regiões mineradoras do século XVIII. Com a escassez do ouro e a revelia dos Xerente, muitos moradores destes dois arraiais se juntaram ao canoeiro que já morava as margens do Tocantins, dando início ao que com o tempo ficou conhecido como Porto Real.
Desde então, a Porto Real, depois Imperial e hoje devidamente Nacional, se tornou importante entreposto comercial entre a capital da colônia, do império e da república com o norte do território brasileiro, precisamente o rico comércio da capital paraense. Muito foram os que rumo a Belém aportaram por aqui e muitos foram os que de Belém foram trazidos à Porto.
Os batelões partiam carregados de couro, mandioca e carne seca. Durante o percurso que durava meses, lutando contra as “quebradeiras” do rio, os “funis” e as cachoeiras, os mascates traziam de lá, peças de fazenda, sal, remédios e muitas prosas que só as águas do Tocantins poderiam narrar.
Do Porto, hoje não se parte nenhuma embarcação em direção a lugar algum, nem mesmo ele, afogado pelas águas do lago da usina do Lajeado pode ser mais visto. O dia nublado que cobria o centro histórico de Porto Nacional, aumentava a sensação saudosista que as conversas com Dona Orestina e as caminhadas por entre os becos, casarões e as pedras da catedral das Mercês me causava. Ficou a sensação ao flâneur que a cidade é hoje um lugar onde se aportam apenas as reminiscências de um tempo.

Phelipe Cunha #1socaminho

quarta-feira, 2 de março de 2011

Umeio #1

Desde ontem que fico aqui coçando a cabeça, levanto, tomo café, vou ali fora, volto, sento e nada. Sempre me pressionei em ter um blog, nunca fiz, não sei precisar o porque. Acho que é um pouco de medo mesmo. Motivações? sempre as tive, seja desejo, ou seja raiva, sempre tenho o que dizer.
A coragem que faltava se manifesta hoje nas correrias diárias da pesquisa, nas andanças da ainda distante Palmas e do espírito desviante-libertário de sempre.
Sempre tive a certeza que sou melhor ouvinte que falante ou escrevente, mas sem medos das sombras, sem medo das luzes, iniciarei aqui minhas escrituras. Ainda não decidi se falarei de algo em especial, se falarei do dizer de horas no sertão, não sei. Deixarei que as vontades e as limitações me façam aqui deixar umas poucas palavras.
O nome? Ah, o nome é na verdade a função, simplesmente só “UmeiO”. No sertão falamos o “mei” mesmo, daí a brincadeira com o tamanho das letras, o “mei” fica bem no “mei” mesmo. UmeiO, massa né?
Então é isso, toda semana deixarei aqui alguma coisa que sempre tive vontade de dizer, mostrar e ainda não tinha “UmeiO”.
Phelipe Cunha - - - #1sócaminho